domingo, 19 de junho de 2011

Postura: imprescindível

Seria muito bom se, assim como para a postura física, fosse possível fazer um tratamento para a postura profissional das pessoas...uma espécie de RPG (Reeducação Postural Global) para colaboradores. Não que não se possa realizar esse “tratamento”, pois através de cursos e palestras é possível sim mudar o comportamento das pessoas; porém, para isso, é imprescindível que o profissional esteja disposto a mudar sua conduta, hábitos de, muitas vezes, toda uma vida.

Mas onde quero mesmo chegar com essa conversa de postura profissional? Bem, hoje pretendo passar a mensagem de que refletimos o profissional que somos mesmo quando não estamos trabalhando ou em situações em que não estamos lidando diretamente com o nosso cliente, mesmo que a nossa função seja a de prestadores de serviços.

Para facilitar vou utilizar alguns exemplos, infelizmente, reais que acontecem no meu (e tenho certeza que vocês vão se identificar) cotidiano:

Exemplo 1: dias atrás estava no ônibus (moro em Camobi e, graças ao trânsito inexplicável da cidade nos últimos anos, tenho a oportunidade de permanecer pelo menos uma hora do meu dia dentro do transporte público) e tão logo entrei pude ouvir – até porque as pessoas não estavam fazendo o menor esforço para falar baixo - uma conversa entre o cobrador e um amigo dele. Pois bem, eis que em 20 minutos o cobrador lembrou de inúmeros clientes que já haviam utilizado os serviços daquela empresa e, consequentemente ajudado a pagar o seu salário, porém ele não estava contente com os usuários, pelo contrário, referia-se aos mesmos com termos como “uma velha” “uma mulher sem noção” e por aí vai...lembrou de pessoas que não usavam o sinal sonoro para pedir a parada; que dificultavam o troco; que reclamavam do calor e até mesmo daqueles que pediam informações sobre o final da linha.

Notem, para o cobrador aquela era um simples conversa informal com um amigo, mas para nós passageiros, a situação nos deixava desconfortáveis, constrangidos e digo que até receosa de cometer alguma “gafe” eu fiquei, correndo o riso de, logo depois de descer, virar exemplo para os desgostos daquele homem.

Exemplo 2: precisava presentear uma amiga com um livro; chegando a uma famosa livraria daqui de Santa Maria fui atendida pelo gerente. Ok, vou confessar, na verdade eu fui até ele (que diga-se de passagem era o único funcionário naquele momento, naquele local) e pedi para ser atendida. Depois de dizer o título do livro e o autor, sabem o que o gerente disse? “Esse livro? Se tiver fica naquela prateleira ali”, virei e me deparei com uma estante imensa, cheeeeia de exemplares dos mais variados assuntos que não estavam, não mesmo, organizados por autor ou ordem alfabética...respirei fundo, pensei em rir da piada, mas quando voltei a olhar para ele, percebi que falava sério, que não ia mesmo procurar o produto, aliás, nesta altura ela já havia voltado para o fundo da loja e acomodado-se novamente na sua cadeira, sim porque a loja estava vazia...eu era a única que incomodava-o querendo comprar um livro naquele momento, justo naquele momento!

O que eu fiz? Saí da loja, busquei um site de compras e fiz meu pedido pela internet, já que era para “me virar sozinha” resolvi fazê-lo da maneira mais fácil. Além disso, prometi pra mim mesma que não voltaria mais a livraria e que comentaria com o máximo de pessoas possíveis sobre como era tranquilo adquirir produtos através daquele site!

Exemplo 3: mais uma vez dentro do ônibus, não tive como ignorar duas amigas que conversavam em alto e bom tom sobre como era ruim o clima na loja em que trabalhavam: as duas concordavam sobre a discrepância do horário de trabalho e também sobre como os clientes eram mal educados e chatos, pois sempre pediam para ver muitas peças mas acabavam não levando ou levando apenas uma!

Dessa vez fiz minha anotação mental: não frequentar a loja das meninas do ônibus a menos que eu esteja disposta a gastar todo o meu salário em uma única compra!

Eu teria ainda muitos outros exemplos, mas acredito que com estes três possa transmitir meu recado: seja qual for a sua função, seja qual for o momento do seu dia, não faça comentários desagradáveis sobre clientes e local de trabalho. Se estiver descontente com tudo isso, tente resolver a situação conversando com o seu chefe ou procure outra atividade que lhe dê mais prazer, pois qualquer atitude diferente destas demonstra uma enorme ingratidão com o empregador que lhe ofereceu uma oportunidade de trabalho e com o cliente, que é a única razão pela qual você ainda recebe seu salário!

Até o próximo post, grande abraço e ótimos negócios!

Camila Meinen

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