quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Aprendizado em grupo: vale a pena investir!

O texto abaixo é de autoria da professora Ana Maria Furtado e fala sobre a importância do aprendizado em grupo dentro das empresas e como ele acontece. Fiz algumas adaptações para que o contexto do mesmo não se perca.

O processo de aprendizagem

Em todos os grupos há aprendizagem, tanto em momentos especialmente destinados à capacitação como em qualquer situação em que um conceito ou um paradigma é discutido. Este é um aspecto intrínseco, pois os grupos são formados para provocar mudanças e não há mudanças sem aprendizagem.

A aprendizagem, ou seja, a apropriação de um novo objeto de conhecimento é um processo que acontece numa relação de um com o outro. Para facilitar a compreensão, ele será exemplificado abaixo:
Imagine que o objeto de conhecimento é a concepção do motivo da reunião de determinado número de pessoas, ao qual vamos chamar de rede social.

1.     Você entra em contato com conteúdos relacionados à rede social por meio dos seus sentidos: lendo um texto, escutando uma palestra, vendo um filme, etc.
2.     Você já tinha uma imagem sobre “rede”, resultado de outras experiências. A simples menção da palavra o faz lembrar-se de uma rede de pesca, um rede de dormir, uma rede de lojas, o que pode trazer sensações positivas ou negativas.
3.     Você, então, começa a construir uma representação interna do que é uma rede social: formada por pessoas com interesses comuns, democrática, que constrói objetivos coletivamente, etc.
4.     Depois, vivencia experiências que enriquecem mais sua representação: participa de uma reunião de rede, observa mais atentamente organizações diferentes para compará-las, discute os conceitos com algumas pessoas, etc.
5.     Assim, começa a elaborar um conceito, ou opinião, sobre redes sociais: “são uma ótima forma de provocar mudanças, quero participar de uma”, ou “são bonitas na teoria, mas inviáveis na prática, fico fora disso”.

É claro que o processo não é linear. Ele é espiralado, ou seja, dá valores e por esse motivo pode, às vezes, parecer que retrocedeu –, mas seu movimento é ascendente, conforme se agregam novos conteúdos e experiências.

Pode parecer simples, mas não é, porque ninguém é uma esponja novinha que absorve tudo o que encontra pela frente. As pessoas têm suas histórias formadas por fator, experiências, lemas e sentimentos. E todos aprenderam a aprender de determinada forma.

Assim, se alguém cresceu convivendo com modelos autoritários ­ dos pais, professores, cônjuges e chefes – e construiu o conceito de que "uma pessoa de valor não questiona o que alguém mais importante fala", a ideia de "participação ativa" pode ser perturbadora, dificultando o aprendizado.

Por essas razões, a oportunidade de aprender em grupo é tão positiva. O grupo promove o desenvolvimento das pessoas porque cria espaço e tempo para aprendizagem. Assim, ao ouvir outras pessoas opinando sobre os conteúdos e perceber que quem questiona não é rechaçado, os mais reservados vão, também, criando coragem de opinar. Se o participante for valorizado quando isso acontecer, começará a rever seus conceitos e a mudar de comportamento. Isto é aprendizagem.

É muito importante que os facilitadores tenham clareza deste processo para não "rotularem" os integrantes. É bem mais apropriado criar estratégias para favorecer a aprendizagem, tais como textos simples, palestras motivadoras, discussões em grupos pequenos, atividades não-verbais e lúdicas. Devem, também, incentivar o grupo a formular perguntas porque esta é uma ótima forma de aprender que, infelizmente, não foi ensinada a muita gente...

Para valorizar e coletivizar a mudança é preciso criar frequentes oportunidades para que os integrantes da rede possam falar sobre o que estão aprendendo, e também sobre como estão levando a aprendizagem para as organizações que representam.

A interação

Quando realizamos uma tarefa comum, por exemplo, isso tende a criar um sentimento de unidade e dá aos indivíduos um sentimento de realização. Quando temos uma boa equipe, temos mais probabilidade de realizar a tarefa, e as necessidades sociais dos indivíduos serão atendidas num nível mais profundo. O sucesso vai confirmar e reforçar a disponibilidade dos “seguidores” ou membros da equipe em cumprirem sua parte e serem liderados.

Quando temos um grupo de individualistas no lugar de uma equipe, então isso certamente afetará a tarefa. E um grupo desse tipo não fará muito para atender às necessidades individuais de seus integrantes.  Se o grupo for de individualista em conflito seus problemas serão ainda maiores.

Muitas empresas apresentam problemas porque os diretores desprezam as equipes de trabalho e só se comunicam com elas para criticar, o que pode ser feito por suas secretárias ou por meio de documentos escritos em quadros de aviso. Os resultados para tal é desastroso. Os lideres passam tanto tempo envolvidos em uma guerra fria, criticando e fazendo política ou mesmo reclamando discutindo que não notam as mudanças significativas no mercado nem se antecipam ou procuram se manter atualizados a respeito de mudanças tecnológicas. No final a empresa naufraga.